Meu tio-avô Isaque é uma daquelas relíquias da elegância extinta: terno claro aos domingos, lenço de linho no bolso e o hábito inabalável de me convocar para discutir economia e investimentos – sempre quando menos convém. Chato, culto e vagamente aristocrático, mistura ironia com indignação e estala os dedos finos a cada provocação, como se pontuasse um sarau que só ele escuta. Tio Isaque estalou os dedos com a solenidade de quem encerra um recital no Cassino Fluminense e, aje...